Crie seu Jogo: 5 Passos Essenciais Artigo

Crie seu Jogo: 5 Passos Essenciais

Crie seu Jogo: 5 Passos Essenciais

Foto Autor por  Marcelo Ramos

Foto Autor por  Marcelo Ramos

Hoje eu quero mostrar a você uma estratégia muito interessante para criação do seu jogo, que serve para desenvolvimento de qualquer software na verdade. 
Com um pouco mais de 10 anos de experiência desenvolvendo sistemas no Brasil, EUA e agora no Canadá, passando desde sistemas web a jogos digitais, hoje eu decidi compartilhar com vocês de maneira objetiva 5 pontos importantes que precisam ser levados em conta quando se trata de desenvolver o seu próprio game. Antes de começarmos, é importante ressaltar aqui que não existe uma fórmula de bolo, ou seja, há inúmeras variáveis que podem ser levadas em consideração de acordo com a realidade de cada um. Dito isto, vamos lá.

1. Definições

Aqui é onde tudo começa. O primeiro passo é definir o estilo do jogo, seu gênero, público alvo e faixa etária. Além disso, responder questões iniciais como qual história você pretende contar, se pretende abordar um estilo mais voltado para o apelo emocional ou mais voltada para a ação e raciocínio lógico. Ainda, quais tipos de sentimentos você quer evocar nos seus jogadores? Qual a primeira imagem deve vir na mente do seu público quando ouvir sobre o seu game? ... Assim por diante. 
O mais importante aqui é fazer perguntas, pois como dizemos na academia, a qualidade de uma pesquisa se avalia pela qualidade das perguntas que são feitas. Quanto melhor e mais desafiadora/inteligente forem suas perguntas ao seu projeto e a você mesmo, melhor tenderão ser as suas respostas e, consequentemente, o seu jogo.

2. Brain Storm

Em seguida você vai precisar fazer um brainstorm com sua equipe pra coletar referências, ideias mirabolantes, inovadoras ou loucas. Lembre-se, aqui nessa fase vale tudo. 
Uma dica que dou, se a equipe for inexperiente, é de fazer um brainstorm estratégico. Ou seja, pra não virar uma conversa de maluco com 3 horas de brainstorm pra poder aproveitar apenas a metade de uma ideia, vale encorajar os participantes a ter em mente 2 fatores quando for contribuir com as ideias. O primeiro, o fator diversão: como isso seria legal e divertido para os players? O segundo: Temos recursos financeiro e ou técnicos para desenvolver o que será proposto com a qualidade esperada? 
Com base nessas respostas você já vai dar uma boa filtrada e evitar um gasto de energia desnecessário que não vai levar a equipe pra frente. Lembre-se time is money.

3. Rascunhos e representações visuais


“Uma imagem vale mais que mil palavras”. Certamente você já ouviu essa expressão antes. Para fins de curiosidade, essa frase é frequentemente atribuída ao filósofo chinês Confúcio, mesmo que não haja evidências concretas de que tenha se originado com ele. Enfim, isso reforça a ideia de que nós seres humanos somos extremamente visuais, daí o ditado “Não se deve julgar um livro pela capa”, mas que na verdade é exatamente isso o que vai acontecer com o seu game. 
Vamos por partes, primeiro, ainda sobre o processo de planejamento, tente usar imagens o máximo possível para expressar suas ideias e se fazer claro para sua equipe. Às vezes, acreditamos que tivemos uma ideia brilhante, quando a desenhamos descobrimos que ela não era tão boa assim e por fim, quando a apresentamos a terceiros descobrimos na verdade que ela era horrível (acontece rs). Então, sempre faça rascunhos, represente as ideias da equipe em forma de imagens simples e rápidas, porém que transmitam o que vocês realmente têm em mente. 
Em segundo ponto, vamos falar sobre o fato  de que vocês serão julgados pela capa. É muito comum a gente como desenvolvedor cair na armadilha de achar que o nosso projeto é o melhor de todos e que está com uma qualidade excelente. Não digo que não devamos acreditar em nosso potencial e no de nossa equipe, mas é necessário exercitar a visão apartidária. Não é fácil, mas tente sempre ver como alguém de fora e seja sincero sobre a qualidade das suas animações, UI, UX, efeitos visuais e sonoros etc. Assim, você vai conseguir aumentar as chances de ter um game que não aparenta ter sido feito de qualquer jeito. 
A primeira grande diferença entre um jogo indie e um feito por studios ou times indie experientes é o acabamento final. Muitos, mas muitos desenvolvedores ignoram isso completamente. Vou te dar um exemplo simples de acabamento: muita gente cria jogos de plataforma 2d no estilo clássico, mas pouquíssimos times se preocupam em adicionar um efeito de “camera shake” sempre que um determinado evento ocorra com potencial mudança de cor do objeto que sofreu o dano. Esses pequenos ajustes aumentam muito a percepção de qualidade do seu jogo para o público. 
Aproveito e deixo aqui o convite para ver o game Destiny Delivered que criei seguindo esses conceitos durante o college e que saiu na página 13 edição 25 da revista MaxRender. Lá eu conto mais sobre os detalhes técnicos, vale a leitura.

4. Prototipagem


Antes de decidir se vale a pena ou não criar o jogo no estilo que escolheram, você precisa prototipar sua ideia o quanto antes para validar sua hipótese. Porque se no momento da prototipagem você identificar que não vai dar para prosseguir por N motivos, então você já vai ter economizado muito o tempo e energia da sua equipe. 

5. Lançamento da versão alfa


Após tudo definido e vocês já terem um protótipo com uma aparência bastante desenvolvida, já é hora de testá-lo com um público reduzido a fim de coletar feedbacks. Algo que eu já vi acontecer com certa frequência é a história do jogo só fazer sentido para a equipe, inclusive a jogabilidade. E o time só descobre isso após lançar o Alfa e receber questionamentos sobre como o jogo realmente funciona. Isso não é de todo mal, o importante é receber as recomendações e trabalhar em cima delas. Não cometa o erro de tentar justificar algo que foi mal feito, se ninguém entendeu de primeira o que você propôs, então trabalhe com a equipe sobre os feedbacks pra resolver esses pontos e melhorá-los. Eu digo isto porque vejo acontecer com muita frequência, os desenvolvedores têm grande resistência em receber uma resposta diferente da que ele esperava. Cuidado, pois isso é uma armadilha. Seja humilde, não leve feedbacks negativos para o lado pessoal, nem eu com mais de 10 anos de experiência sei tudo, eu sigo estudando e aprendendo com tudo e com todos.

6. Melhorias e revisões (Bônus)


Por fim, não se canse de realizar as melhorias e de revisar seu projeto tanto em partes específicas quanto como um todo e faça isso usando os feedbacks coletados como base.
Como não é possível realizar correções para sempre, tenha claro até onde vocês vão realizar as correções e a partir de qual momento todas as recomendações remanescentes serão consideradas apenas na próxima versão do game ou em outra produção. 

 

E você, já está desenvolvendo seu próprio game? Comente aqui.