Por que as placas de vídeos estão mais caras ultimamente? Artigo

Por que as placas de vídeos estão mais caras ultimamente?

Por que as placas de vídeos estão mais caras ultimamente?

Foto Autor por  Marcelo Ramos

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Os preços exorbitantes das placas de vídeo não são um fenômeno exclusivamente brasileiro, mas que se espalham pelo mundo todo como reflexo de uma série de problemas que afetam todo o mercado de tecnologia.

Estamos falando de desvalorização do real, passando por bitcoins e chegando até mesmo na seca em regiões asiáticas. Esse é um problema que não parece ser passageiro e que precisa ser analisado sob diversos ângulos para ser compreendido.

 

Começamos pela pandemia

 

É preciso ter em mente que esse aumento nos preços não é exclusivamente causado pela pandemia. O movimento de subida nos preços de aparelhos eletrônicos começou muito antes de o vírus representar um problema, porém, é um bom ponto de partida para compreender a sucessão de eventos.

É de conhecimento público que a maior parte dos componentes eletrônicos é produzida nos países orientais, com foco especial na China e em Taiwan. Na verdade, essa extrema dependência geográfica se revelou um problema desde 2017, quando AMD e Nvidia anunciaram planos para migrar as suas plantas industriais para fora do oriente, possivelmente entrando no México para aproveitar tarifas de importação competitivas.

De qualquer maneira, em 2020 grande parte das peças ainda eram produzidas nessas regiões que foram o foco inicial da pandemia, levando a um lockdown sem precedentes, com mais de 1 bilhão de pessoas trancadas dentro de casa. Isso fez a produção de componentes eletrônicos ser interrompida de uma hora para outra.

 

Oferta e demanda

 

Com a queda abrupta na oferta, mas uma demanda crescente, principalmente em um momento em que todas as empresas e pessoas precisaram se digitalizar para que a economia não parasse, os preços dispararam.

Paralelamente, com os estímulos fiscais dos bancos mundiais, havia mais dinheiro circulando na economia. Dessa maneira, os investimentos de risco se tornaram atrativos, com foco especial nas criptomoedas.

Mais um revés na indústria gamer. Com a supervalorização do bitcoin e do ethereum, as mineradoras se tornaram negócios extremamente lucrativos, com mais pessoas investindo em tecnologia para esse trabalho. Em outras palavras, ainda mais demanda para pouca oferta.

 

Sede na produção

 

Poucas pessoas se dão conta que mais de 50% de todos os chips produzidos no mundo são de uma empresa chamada TSMC, localizada em Taiwan. Pois bem, a empresa consome cerca de 34 milhões de litros de água por dia, considerando que 90% é reutilizada.

O fato que precisamos levar em consideração é que Taiwan enfrenta a pior crise hídrica da sua história. Na cidade em que fica a maior fábrica da TSMC a quantidade de chuvas caiu em 50%. Ou seja, mesmo com o retorno das atividades, a capacidade produtiva está reduzida.

Agora, quando falamos em Brasil especificamente, há mais um ponto: A desvalorização do real frente ao dólar.

Considerando o câmbio entre o início de 2020 e o final de 2021, o dólar subiu mais de 26%. Se calcularmos em relação ao pico em junho de 2020, foi uma desvalorização de 40%. Ou seja, importar é mais um peso negativo.

Com as tensões crescentes ao redor do mundo, a seca nos países produtores não dando trégua e a instabilidade econômica, não há previsões para que os preços sejam normalizados tão cedo. Resta esperar e acompanhar a evolução.

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