Um mundo onde as cores sumiram e um mago desaparecido pode ser a chave por trás desse problema... no melhor estilo pixel art, com a paleta de cores principal em escala de cinza, Möira é um game que promete matar a sua saudade dos action platformers clássicos de Game Boy. Atualmente, o que não faltam são indie games seguindo um estilo retrô. Isso em grande parte se deve à facilidade relativa de criar jogos em pixel art, se comparado aos desafios de trabalhar com gráficos 3D realistas com o baixo orçamento ao qual os estúdios independentes brasileiros estão sujeitos. De fato, esse é também o caso do Onagro Studios, uma empresa brasileira fundada em 2013 que conta com alguns games no portfólio e fez uma campanha de sucesso no Kickstarter para poder desenvolver Möira. Para muitos, essa tendência parece preguiçosa. Mas Möira mostra como é possível integrar essa escolha de estilo não só às mecânicas do jogo, que via de regra devem reproduzir tudo o que deu certo nos games antigos e ainda é aplicável hoje atualmente, mas também à história. Em Möira, você enfrenta um misterioso vilão que deseja controlar as propriedades das cores para seus próprios fins maléficos. E, por isso, apesar do game ter momentos coloridos, com tons vibrantes que saltam aos olhos e seriam impossíveis para Game Boy, o jogador se vê a maior parte do tempo em um mundo desprovido de cor. Um recurso interessante para complementar essa escolha estilística são as diferentes opções de paletas de cores que estão à disposição do jogador. Uma ideia atenciosa, que une os benefícios da modernidade à nostalgia deliciosa dos games retrô. As principais referências do Onagro Studios ao desenvolver Möira foram títulos como Mega Man, Wonder Boy e Kirby’s Dream Land. Se você cresceu com os títulos de Game Boy, e até mesmo platformers para Nintendo ou Super Nintendo, as influências são nítidas. Por exemplo, o mapa dos reinos de Möira são no exato estilo que víamos em Super Mario ou Pokémon.